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BIOAMAZON : Propriedades biológicas e biogeoquímicas fora do Maranhão e na pluma do rio Amazonas

O oceano é um poço de CO2 para a atmosfera, que absorve cerca de 30-40% do excesso de CO2 emitido a partir das fontes antropogênicas, desde o início da revolução industrial.No entanto, a absorção de CO2 pelo oceano está longe de ser uniforme, tendo regiões que absorvem CO2 (latitudes mais altas) e regiões que liberam CO2 na atmosfera (regiões tropicais). Embora o Atlântico tropical seja uma fonte de CO2 para a atmosfera, a variabilidade espaço-temporal desse  fluxo na relação ar-mar em zonas de transição do continente-oceano é ainda pouco documentada. A falta de dados sobre o continuum continente-oceano traz ainda muitas incertezas com relação ao resultado de carbono dos ecossistemas terrestres vindos de oceano aberto e áreas costeiras.

No caso de descargas fluviais, como o Amazonas, a influência da contribuição de carbono terráqueo sobre a relação ar-mar de CO2 se estende para além da plataforma continental. Vários estudos mostraram áreas com alta absorção de CO2 por conta de grande descarga fluvial do rio Amazonas. As águas do Amazonas trazem uma quantidade significativa de sais nutritivos,  e a partir da mistura entre as águas fluviais e oceânicas, a turbidez diminui o que estabelece condições ideais para uma alta atividade biológica que consome CO2 e conduz a sub-saturações importantes de CO2.

O principal objetivo do projeto  BIOAMAZON é determinar a variabilidade espaço-temporal das propriedades biológicas e biogeoquímicas (configurações de carbono) ao longo do estado do Maranhão e da pluma do rio Amazonas (Pará, Amapá e Guiana Francesa) para estimar o fluxo de CO2 na relação ar-mar. A abordagem utilizada baseia-se em amplo programa de observações (campanhas bimensais na região costeira do estado do Maranhão, campanha oceanográfica na pluma do rio Amazonas) bem como simulações numéricas usando modelo regional, associando a físico-biogeoquímica ROMS-PISCES da resolução espacial 1/12 °. Uma vez que o modelo esteja validado com as observações disponíveis, as simulações permitirão identificar processos responsáveis pela variabilidade observada e fazer balanços da quantidade de carbono na área estudada.

• Coordenadores:Nathalie Lefèvre, IRD LOCEAN e Antonio Carlos Leal de Castro, UFMA 

• Outras instituições envolvidas:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)