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BIOFLOR : Medir e avaliar o carbono: distribuição espacial da biomassa nos ecossistemas tropicais

As negociações internacionais sobre as mudanças climáticas e, mais especificamente, a proposta de mecanismos REDD (Redução de Emissões decorrentes do Desmatamento e da Destruição das florestas tropicais, com o objetivo de limitar a emissão de gases do efeito estufa decorrentes do desmatamento) se baseiam em uma única conta a tonelada de CO2 equivalente e na criação de um mercado regulador que definiria um preço ao CO2 não emitido.

Entretanto, a medida e a valorização do carbono florestal e a relação entre o esforço para evitar o desmatamento e o atual estoque de carbono permanecem como um desafio para os trabalhos científicos e metodológicos interdisciplinares, especialmente quando se trata de quantificar as degradações florestais que não sejam relacionadas ao desmatamento. O caso da medição de carbono florestal é um exemplo da dissociação observada entre o progresso das negociações internacionais e os avanços científicos.

BIOFLOR é um programa interdisciplinar, ciências sociais, ciências da vida, ciências da terra, que tem duas vertentes: o questionamento da produção do conhecimento necessário para a implementação dos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e, mais especificamente, dos mecanismos  REDD, considerados como pagamentos por serviços ambientais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e armazenar carbono florestal.

BIOFLOR estuda as dinâmicas que relacionam as negociações internacionais aos «ajustes adotados na prática» (e vice-versa), analisando a construção, a difusão e a reinterpretação das normas ambientais, tanto jurídicas como científicas. Para então comparar as oportunidades geradas pelo REDD com as políticas florestais, no Amapá e na Guiana Francesa, o que permite medir o peso de fatores institucionais e políticos.

BIOFLOR também visa melhorar os números do estoque de carbono em ambos os ecossistemas tropicais na região amazônica: as terras firmes e os manguezais. Duas iniciativas se cruzam: campanhas de coleta de dados recolhidos do solo (medidas dendrométricas e medidas de destruição no Amapá; otimização das amostras) e coleta de dados de meios aerotransportados (medidas de sensoriamento remoto, adaptação e validação para a quantificação da biomassa).

BIOFLOR pretende promover intercâmbios científicos entre estudantes e pesquisadores franceses e brasileiros trabalhando no estado do Amapá e na Guiana, realizar ações de formação (módulos de ensinos na Universidade Antilles Guyane e na Universidade Federal do Amapá), aumentar a mobilidade entre os laboratórios onde ocorrem os testes dos métodos de quantificação da biomassa e contribuir para o debate sobre pagamentos por serviços ambientais, tais como ferramenta de gestão da biodiversidade.